Entrevistas

[Entrevista] Suicidal Angels: Vocalista Nick Melissourgos fala sobre suas inspirações na hora de compor e chances de shows no Brasil

Em coletiva para a imprensa da América do Sul, o vocalista, guitarrista e principal compositor da banda grega Suicidal Angels conta como ele usa a sua paixão por livros e experiências pessoais para compor suas letras

A banda grega de trash metal Suicidal Angels lançou no dia primeiro de março o seu mais recente álbum, Profane Prayer, que consolida mais uma vez a banda como um dos grandes nomes do estilo.

O que acaba chamando mais atenção nas canções são as letras que trazem referências filosóficas, da cultura grega e acabam sendo analogias para o compositor contar sobre suas experiências pessoais ou de pessoas ao seu redor.

Para falar sobre o mais recente lançamento da banda e se há alguma chance de eles voltarem para o Brasil, o vocalista, guitarrista e compositor Nick Melissourgos deu uma coletiva para a imprensa da América Latina e é claro que o Tramamos não poderia ficar de fora.

Abaixo você confere um pouco como foi a coletiva e as perguntas da nossa jornalista:

Coincidentemente, o grande foco dessa coletiva acabou sendo sobre as inspirações para as composições das letras do novo álbum, principalmente as referências filosóficas que estão presente em Profane Prayer. Sobre isso Nick responde:

Na verdade, eu sou uma pessoa que lê muito, eu amo livros. Então, nos últimos anos eu estava me aprofundando em algumas coisas de filosofia: Freud, Nietzche, todas essas pessoas. E acabou abrindo uma porta de uma nova perspectiva sobre o mundo. Foi muito importante para mim e uma grande influência para o álbum.

Quando perguntado sobre as inspirações para compor as melodias, ele ressalta:

Nós nos influenciamos das grandes bandas do trash metal, mas também utilizamos um filtro para colocar nossas próprias perspectivas sobre música. E eu acredito que, especialmente nos últimos álbuns, nós conseguimos criar a nossa identidade.

Nós somos a segunda geração do trash metal, então, é claro que eu não posso esconder as influências, eles iniciaram a coisa toda e nós seguimos.

Eu acredito que a gente conseguiu pegar todas essas influências e colocar a nossa perspectiva da música para criar algo que dá a nossa identidade.

Nick também foi questionado sobre a diferença entre o álbum mais recente, Profane Prayer, e os mais antigos do Suicidal Angels:

O que se mantém é a paixão e dedicação sobre a música e o que nós fazemos. O que mudou? Essa é uma questão fácil. Nós ficamos mais velhos, não, estou brincando. Cada álbum representa uma era, as condições da banda e tudo mais. Essa é a única diferente em cada álbum, além de ficar velho.

Sobre as canções da banda terem uma vertente política, Nick explica:

Para ser honesto, quando estou escrevendo as letras, eu não sou político. Ou escrevo sobre experiências pessoais ou algumas coisas que as pessoas me disseram que me impressionou. Ou coisas que eu leio porque eu gosto de livros.

Eu não gosto de falar sobre política porque fede, não importa qual a direção.

Vou te dar um exemplo, alguns álbuns atrás, eu escrevi uma canção chamada “White Wizard” e muitas pessoas acharam que era política. Elas pensaram que era sobre nazismo ou algo do tipo. Mas eu expliquei, eu disse: “Por favor, leiam as letras porque fala sobre um amigo meu da escola que estava usando drogas”. A última vez que eu o vi, ele estava em um grande problema e eu o conhecia há anos. Ele me disse que a forma que conseguiu parar de usar heroína era por causa de sua namorada. Eu nomeei a música White Wizard por causa das drogas. As pessoas nunca leem as letras. Leia antes de julgar.

Quando perguntado sobre a cena musical do metal na Grécia, Nick conta:

Rotting Christ e Septicflesh são os grandes nomes da cena metal na Grécia. O que eu posso te dizer de bom é que fora essas bandas e a gente, é que há muitas bandas que tocam muito bem e são todos os tipos de metal. Até heavy metal, com vocalista feminina, o que for.

Agora com a internet e todas essas plataformas, se alguém estiver interessado em descobrir essas bandas, é muito fácil. E eu tenho certeza de que você vai encontrar música boa.

Nossa jornalista Tamira Ferreira participou da coletiva e você pode conferir as perguntas completas abaixo:

Tamira: Você falou bastante sobre as composições, mas eu gostaria de aprofundar um pouco mais. Como você escolhe os temas enquanto está escrevendo? Você escreve as melodias e depois cria o conceito do álbum ou você pensa em algo antes de começar a escrever. Como é esse processo quando você pensa nos temas para as canções e os álbuns?

Nick: Na verdade, na maioria das vezes, mais ou menos 100% das vezes, primeiro nós criamos a base da música, então eu começo a pensar nas letras.

Não há conceito nos álbuns, cada canção tem sua própria história. É o que acontece nesse álbum, nós criamos as bases das melodias e depois ou por algum tempo, eu começo a colocar palavras, frases… Vem depois.

Tamira: E você disse que lê muito, então você conecta, faz analogias com essas palavras?

Nick: Com certeza! Especialmente com os álbuns mais recentes que eu estava mais interessado nos livros que costumava ler, porém eu estava há anos sem tempo. Todos esses livros que eu li me afetaram como: “Ah, essa é uma frase legal! Quem disse isso”? Então você vai voltando e voltando. Ao fim do dia, caos.

Mas é uma grande inspiração toda essa leitura. Além de todas as experiências que eu vivi ou as outras pessoas me disseram.

Tamira: Vocês lançaram duas versões do clipe When The Lions Die: uma censurada e a outra sem censura. Eu gostaria de saber de onde veio a ideia desse clipe e como você se sentiu quando teve que lançar uma versão censurada no Youtube?

Nick: Nós discutimos as ideias com o diretor baseada nas letras. Então ele teve essas ideias de usar atores, tudo baseado nas letras e foi realmente brilhante.

Mas, ao mesmo tempo, a primeira edição do vídeo era um pouco agressiva, não de agressão, mas baseado nas regulações da internet e do Youtube.
Então decidimos fazer duas versões porque não queríamos que a canção fosse banida. Por isso, lançamos primeiro a versão censurada. Quando vimos que estava tudo certo, nós recebemos um ok e lançamos a versão sem censura.

É claro que não poderia faltar uma pergunta se a banda viria ao Brasil. Nick comenta logo no começo da coletiva que está muito interessado em voltar, mas ainda não tem previsão:

Estamos trabalhando nisso. Até agora já tocamos no México, Colômbia e Brasil.

Antes do Covid, estávamos planejando ficar três semanas na América Latina, mas por causa da pandemia, não aconteceu.

Esperançosamente com o novo álbum a gente consiga ir.

Nós do TrAmamos gostaríamos de agradecer ao Marcos Franke e a Nuclear Blast pelo convite a coletiva de imprensa.

Foto: Divulgação

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