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MATANZA RITUAL FEST: uma noite que reuniu quatro renomados nomes do metal e rock nacional

No último sábado, dia 09, a Audio Club abriu suas portas para receber o Matanza Ritual Fest, um festival que reuniu quatro renomados nomes do metal e rock nacional: Malvada, Black Pantera, Crypta e Matanza Ritual.

Malvada

O evento teve início às 20h, com o primeiro show programado para às 21h, pela banda Malvada, composta por Indira Castillo (vocal), Bruna Tsuruda (guitarra), Rafaela Reoli (baixo), estreando naquela noite, e Juliana Salgado (bateria).

Apesar da casa de shows não estar lotada no início, a Malvada não deixou-se abalar. O espetáculo teve início alguns minutos antes do previsto, e a vocalista conquistou o público com sua presença de palco e poderosa voz. Mesmo com o volume um tanto elevado no início, dificultando a compreensão da voz da vocalista para quem estava mais próximo do palco, essa questão foi superada ao longo da apresentação, permitindo que o talento de Indira e das demais integrantes se destacasse.

Inicialmente, o público parecia um tanto hesitante, talvez por não conhecer plenamente o som da banda. No entanto, a atmosfera começou a mudar por volta da terceira música, quando os espectadores, animados, começaram a aplaudir em sintonia com a banda.

Um dos momentos mais marcantes do show foi a performance da música “Mais um gole”, onde a vocalista segurava uma garrafa de whisky, dando goles e compartilhando a bebida com as outras integrantes enquanto o público, entusiasmado, clamava por um gole também, criando uma conexão única entre palco e plateia.

A banda não deixou de apresentar outros sucessos, incluindo faixas do álbum “A noite vai ferver” e seu mais recente single “Perfeito impossível”. Em apenas meia hora, o quarteto conseguiu transformar um público inicialmente desanimado em uma plateia vibrante, entregando um show incrível e aquecendo o início do Matanza Ritual Fest.


Black Pantera

No ponto alto da noite, a banda mineira Black Pantera subiu ao palco da Audio Club pontualmente às 21h45, mergulhando o público em uma experiência sonora única. O trio, formado pelos irmãos Charles Gama (vocal e guitarra), Chaene Gama (baixo) e o habilidoso baterista Rodrigo “Pancho” Augusto, fez uma entrada triunfal.

Com as cortinas do palco se abrindo e um som de fundo envolvente, o entusiasmo da plateia atingiu seu ápice, evidenciando o caloroso acolhimento à banda. O público, já aquecido, aguardava ansiosamente o início da apresentação.

Assim que o Black Pantera tomou o palco, a energia se intensificou instantaneamente. A banda iniciou seu setlist com hits cativantes e a resposta do público foi imediata, com muitos fãs entoando as letras em coro. A conexão entre a banda e seus admiradores era palpável, reforçando a presença sólida que o grupo construiu entre seus seguidores.

Um momento de destaque ocorreu quando o telão exibiu a poderosa mensagem “VIDAS NEGRAS IMPORTAM”. Durante uma versão única de “A Carne”, o Black Pantera trouxe à tona não apenas seu talento musical, mas também uma mensagem social impactante. Além disso, a banda fez um pedido inusitado ao convocar um bate-cabeça composto exclusivamente por mulheres, uma solicitação prontamente atendida pelo público. 

A performance da música “Revolução é o Caos” foi marcada por uma execução impecável, com o som da banda atingindo um patamar excepcional. O público, entregue à experiência, cantou em uníssono, criando um momento memorável. O Black Pantera, fiel ao seu estilo magistral, proporcionou um espetáculo envolvente, mantendo a chama acesa para a aguardada apresentação da próxima atração da noite, a tão esperada banda Crypta. O grupo não apenas agitou intensamente o público, mas também recebeu calorosamente todos os presentes no festival, consolidando sua posição como uma força incontestável no cenário musical nacional.


CRYPTA

Crypta, destaque no cenário mundial de death metal, subiu ao palco do Matanza Ritual Fest, às 23h em ponto. Formada por Fernanda Lira (baixo e vocal), Luana Dametto (bateria), Jéssica di Falchi (guitarra) e Tainá Bergamaschi (guitarra), a banda veio com a divulgação de seu mais recente álbum “Shades of Sorrow”.

Apesar de se destoar sonoramente das bandas anteriores, as meninas foram bem recebidas pelo público desde a primeira música “The Other Side of Anger” até “From the Ashes” que fechou a noite. Música na qual Fernanda fez questão de dedicar ao Sepultura, que anunciou o fim da banda um dia antes desta apresentação e que a vocalista é muito fã.

O show da banda Crypta foi uma experiência intensa e enérgica para os fãs do metal. A apresentação é repleta de elementos poderosos e cativantes.

A performance é liderada pela vocalista e baixista Fernanda Lira, que comanda o palco com sua presença carismática e potente vocal gutural. 

Durante o show, houve uma atmosfera de conexão direta com o público, com os fãs participando ativamente, seja em mosh pits agitados, headbanging ou cantando junto com as letras poderosas. A banda transmite uma energia contagiante, demonstrando habilidade técnica e paixão pela música.


MATANZA RITUAL

Às 00h35 foi a vez do Matanza Ritual, banda que leva o nome do festival, subir ao palco.

Com Jimmy London (vocal), Amilcar Christófaro (bateria), Antonio Araujo (guitarra) e Renan Campos, guitarrista da banda Hatefulmurder, que substituiu o Felipe Andreoli que estava em turnê com o Angra no Nordeste (baixo), o show já teve início com “Morte Súbita”, sendo tocada pela primeira vez ao vivo.

Algo indiscutível é a lealdade da fã base da banda. Com relatos de pessoas que chegaram às 11h da manhã para conseguir ficar na grade da Audio e não desanimaram um momento sequer, agitando durante todas as bandas anteriores.

Agitação que se via também no palco com os integrantes da banda, mas principalmente com o Jimmy, que em momento algum ficou parado. O vocalista andava de um lado ao outro, dançava, esboçava sorrisos a todo momento.

“A arte do insulto”, “Bom é quando faz mal” e “Eu não gosto de ninguém” foram tocadas na sequência e mais se ouvia o público do que o próprio Jimmy, que durante toda a performance estavam entregues, tanto na cantoria quando nas rodinhas que foram mais intensas em “Mesa de saloon“ e “Eu não bebo mais”.

Uma das músicas mais aguardadas por todos e que claramente não podia ficar de fora foi “Ela roubou meu caminhão”. Aqui a Audio foi abaixo com a música de ‘amor’, seguindo para o final com “Estamos todos bêbados” e “Ressaca sem fim”. 

O Matanza Ritual, igualmente o Crypta, fez sua homenagem ao Sepultura, finalizando o show com o solo de “Dead Embryonic Cells”.

O Matanza Ritual Fest foi, claramente, um festival muito bem pensado e organizado. Não houveram atrasos, poucos problemas que foram logo ajustados, mas não é como se isso tivesse afetado alguma parte da experiência. Sem a necessidade de colocar bandas gringas no line-up, mostrou que temos sim ótimas bandas capazes de lotarem uma noite de festival. 

Mas como nem tudo são flores, para a próxima edição seria interessante que o festival fosse realizado enquanto ainda tivesse transporte público para a galera conseguir voltar para a casa sem ficar preso na rua até tudo voltar ou ficar refém de aplicativos de carona.


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