Blag Flag traz o bom e velho punk californiano na última sexta-feira de São Paulo.

30/10/202302/11/2023 Larissa

A última sexta-feira em São Paulo trouxe uma dose eletrizante do bom e velho punk californiano com a tão aguardada apresentação da lendária banda Black Flag no Carioca Club. A noite foi ainda mais especial com a abertura de outro ícone do punk rock, os Garotos Podres, que aqueceram o público para o que viria a seguir.

Os Garotos Podres subiram ao palco pontualmente às 20h, e desde o início, o ambiente estava carregado de energia. Com Mao, Deedy, Uel e Tony à frente, a banda entregou seus clássicos, provando por que estão há tanto tempo na cena. O público se uniu em coro, enchendo o Carioca Club com uma atmosfera incrível. Começaram com o sucesso “Garoto Podre” e continuaram com outro grande hit do primeiro álbum “Mais Podre Do Que Nunca”, a faixa “Johnny“. Mao, com seu carisma contagiante, interagiu com o público, adicionando um toque especial à performance. O show de 40 minutos parecia muito mais, consolidando-se como o ponto alto da noite.

Em seguida, o Black Flag entrou no palco com quatro minutos de atraso, e o vocalista Mike começou o show de costas para o público. No entanto, isso não abalou os fervorosos fãs que estavam ansiosos pelo espetáculo. Embora Mike não fosse muito comunicativo, cumpriu a promessa de tocar o álbum “My War” na íntegra, seguido por outros clássicos da banda, mantendo uma performance intensa. Mesmo com a falta de interação com o público, a plateia cantou em uníssono, dançou e pulou, criando um ambiente caótico característico dos shows de punk.

Após tocar o álbum icônico na íntegra, houve uma breve pausa antes de retornar com mais clássicos. Infelizmente, um incidente com um fã que subiu ao palco interrompeu a segunda parte do show, mas a banda logo retomou. Durante essa parte, foram executadas 16 faixas, incluindo sucessos como “Gimmie Gimmie Gimmie,” “Room 13,” “Rise Above” e “Jealous Again“. Mike continuou sua performance, muitas vezes de costas, mas isso não afetou a intensidade da apresentação.

A atmosfera caótica e o calor intenso do Carioca Club não diminuíram o ânimo do público. O show do Black Flag foi uma jornada pelo passado do punk, com a execução completa de “My War” sendo um ponto alto. Mesmo com a falta de comunicação direta entre a banda e os fãs, a conexão era evidente na maneira como todos cantavam em uníssono e se entregavam à música.

O show teve uma duração total de cerca de duas horas, incluindo as pausas, e a casa de shows estava lotada, aquecendo o ambiente. Apesar dos contratempos, o Black Flag entregou o que os fãs esperavam: um autêntico show de punk rock californiano. Os clássicos que se seguiram na segunda parte do show reacenderam a energia do público, com a icônica “Louie Louie” encerrando a noite de maneira memorável.

A diversidade musical entre os Garotos Podres e o Black Flag foi evidente, mas ambas as bandas conseguiram cativar o público de maneira única. Os Garotos Podres trouxeram uma explosão de energia nacional, lembrando a todos o impacto duradouro do punk rock brasileiro. A plateia, mesmo antes da entrada do Black Flag, estava repleta de entusiasmo e ansiosa para o que estava por vir.

Em resumo, a noite no Carioca Club foi uma celebração do punk rock em sua forma mais autêntica, com duas bandas lendárias fazendo jus ao seu legado. O Black Flag entregou o que os fãs esperavam, mesmo com a falta de interação direta, e os Garotos Podres provaram que o punk nacional ainda está vivo e pulsante. Foi uma noite inesquecível para todos os presentes, reafirmando o impacto atemporal do punk rock e sua capacidade de unir gerações em torno da música e da atitude.