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Resenha: XDefiant chega para agradar aos fãs mais antigos de Call of Duty

Fãs de jogos de tiro que sentem falta dos antigos e rápidos jogos de Call of Duty, como Black Ops II, deveriam experimentar XDefiant, o clone de CoD produzido pela Ubisoft

A Ubisoft ainda não fez o lançamento oficial deste jogo de tiro em primeira pessoa, mas um open beta do novo título assinado por Tom Clancy estava rolando até 23 de junho.

Depois de algumas horas de jogo, é possível notar o quanto XDefiant é agradável, com uma jogabilidade que remete aos antigos lançamentos de Call of Duty. Apesar disso, pode ser que ele não se destaque o suficiente em meio a uma infinidade de outros PvPs de alta qualidade já populares no mercado, como Fortnite (da Epic) ou até mesmo o Rainbow Six Siege, também da Ubisoft.

 

Anunciado pela primeira vez em 2021 como Tom Clancy’s XDefiant, o próximo jogo de tiro da Ubisoft parece quase inevitável. Ele combina várias franquias da produtora, como Ghost Recon, Watch Dogs e Far Cry, em um único universo compartilhado de FPS online.

Em uma era em que tudo no entretenimento parece estar se fundindo em um gigantesco amontoado de conteúdo, não é surpresa que uma empresa familiar a esses tipos de crossovers esteja se juntando ao “caldeirão multiversal”, como fizeram a Disney e a Marvel antes dela. Até mesmo as franquias dos Rabbids e Assassin’s Creed da Ubisoft fazem parte de XDefiant, embora apenas como decorações. [não, você não pode atirar nos Rabbids… pelo menos ainda não]

De qualquer forma, depois de inúmeros testes online fechados, a Ubisoft finalmente abriu o jogo para a versão de open beta mais recente.

O que é XDefiant?

A ideia básica de XDefiant é que diferentes franquias da Ubisoft são divididas em diferentes facções. Sendo assim, todos os personagens de Splinter Cell estão em um grupo, enquanto todos os de Ghost Recon estão em outro e assim por diante. Cada uma dessas facções tem suas próprias habilidades e equipamentos.

Depois de escolher uma facção, você escolhe um conjunto de armas, equipamentos e acessórios. Pelo menos nos modos na versão beta, a qualquer momento o jogador pode reaparecer como uma facção diferente ou trocar de classe. É estranho que equipes possam ser compostas por personagens de várias facções, mas isso também permite que você jogue livremente com quem quiser.

Por um lado, toda essa flexibilidade é boa e permite que o jogador experimente tudo o que o título tem a oferecer. Por outro, isso faz com que todas as facções pareçam mais ou menos a mesma coisa, o que é especialmente estranho depois que você entra em uma partida: todo mundo se parece, simplesmente, com um bando de soldados ou agentes secretos usando coletes e jaquetas à prova de balas. É difícil perceber, de relance, se aquela pessoa pode lançar um escudo, disparar um drone incendiário ou ficar invisível.

Essa impressão muda um pouco ao longo de algumas partidas, quando a prática ajuda na identificação das diferenças entre os modelos de personagens e é possível memorizar [mais ou menos] quem faz o quê.

Se o visual do jogo, apesar de bem produzido, deixa um pouco a desejar, o mesmo não pode ser dito sobre a jogabilidade, que é verdadeiramente excelente.

As armas são barulhentas, os jogadores se movem rapidamente, os mapas são projetados para que você esteja sempre envolvido na ação e o tempo de morte é longo o suficiente para você escapar de disputas, mas não tanto a ponto de cada troca de tiros ser uma tarefa exaustiva. [esse é um feeling, em geral, especialmente complicado de entregar, o que é um grande ponto a favor da versão beta]

XDefiant é muito parecido com Call of Duty, mas de uma maneira positiva, principalmente para os jogadores cuja era favorita de CoD foi por volta do tempo de Black Ops II e Advanced Warfare. Era uma época em que o jogo oferecia o equilíbrio perfeito entre combate acelerado, habilidades interessantes e itens para usar durante as partidas, e nada disso parecia exagerado ou excessivamente preso a uma realidade entediante, enquanto os jogos mais recentes da franquia se tornaram tão lentos e pesados que ficaram difíceis de digerir.

A semelhança com o Call of Duty é óbvia, desde a forma como os mapas e alguns dos modos (como dominação ) são configurados, até a maneira de lidar com as classes e aprimorar armas; tudo se parece [muito mesmo!] com o CoD dos anos entre 2009-2014, era de ouro do jogo de tiro popular da Activision.

Apesar disso, toda essa similaridade deve ser recebida com um ponto positivo, já que os atuais jogos de tiro são principalmente compostos por battle royales e jogos de extração, o que — definitivamente — não é o caso de XDefiant. Este também não é um jogo de tiro hiper-tático como alguns dos mais populares no Steam, ou mesmo um título grandioso e selvagem no estilo de Battlefield, como o BattleBit.

Veredito:

XDefiant parece feito sob medida para pessoas que gostavam da era mais simples e acelerada de CoD ou de franquias de FPS semelhantes daquela época, mas é difícil dizer se esse tipo de jogo estilo arena, focado em rotas, baseado em conjuntos de equipamentos e jogabilidade rápida ainda conseguirá ter sucesso em 2023.

Também não sei dizer se carregar o jogo com personagens de franquias da Ubisoft ajudará muito no longo prazo, mas pelo menos estou feliz que a empresa esteja tentando trazer de volta games nesse estilo depois que a maioria das outras grandes produtoras, aparentemente, seguiu em direção a tendências mais recentes.

Aida Mori

It’s me, Mori_A! Colunista de um pouco de tudo. Apaixonada por música, literatura, videogames, cinema e gatos. Provavelmente velha demais pra essa maluquice. Escorpiana, paulista, millenial, nerd, taróloga, mãe de gatos.

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