MONSTERS OF ROCK traz sua sétima edição com o maior público de rock já visto na cidade de São Paulo!
No último sábado, (22) aconteceu a 7ª edição do Monsters of Rock, na cidade de São Paulo, no Allianz Parque.
Com ingressos esgotados meses antes do festival, as expectativas sobre um evento desse porte em um estádio eram grandes, contudo, o resultado só comprovou que o segmento está cada vez mais forte e tende a crescer no país. Sabemos o quanto é difícil manter uma boa régua no quesito cultural no Brasil, seja ela por questão financeira, logística ou até mesmo de localidade.
Em uma enxurrada de anúncios gigantes num mundo pós pandemia, a disputa por boas datas e localidades cresceu abruptamente, fazendo com que o empreendedor musical tenha que se esforçar um pouco mais para entregar um evento bem organizado, localizado e diferente para o público.
O Monsters of Rock, muito bem sucedido desde sua primeira edição no país, trouxe a sua sétima edição para provar que são realmente gigantes e podem sim elevar muito mais o nível de festivais desse nicho. Com a ajuda de um estádio muito bem estruturado como o Allianz Parque, o festival entregou organização, segurança, agilidade em montagem e desmontagem de palco e uma pontualidade impecável. Com um lineup recheado de atrações, o Monsters estava pronto para entregar uma programação de doze horas de muito rock n’ roll e heavy metal para milhares de fãs dentro do Allianz naquela tarde ensolarada.
Doro
Os portões foram abertos 10h30 e os fãs ansiosos correram para garantir um bom lugar para ver sua banda favorita, apesar do sol, às 11h00 já era possível visualizar arquibancadas e pista comum parcialmente cheias com várias opções de camisetas de bandas, muitos rostos pintados e assessórios metalizados.
Pontualmente às 11h30, eles começaram os trabalhos com a incrível Doro Pesch. A vocalista subiu ao palco com muita energia afim de acordar o público que já estavam lotando os setores pouco a pouco. Com a introdução de Burning the Witches, a frontman deu o pontapé inicial no Monsters of Rock, chamando o público pra jogo. Na sequência, intercalaram Hellbound, Revenge, Fight for Rock e All We Are.
Tocando músicas de sua primeira banda e também dos primeiros projetos solo, Doro Pesch se empenhou em entregar um show limpo, mas com a energia de uma verdadeira rockstar. A vocalista interagiu bastante com o público, jogando os refrões para a galera cantar junto e não decepcionaram no palco.
Symphony X
Na sequência, foi a vez dos americanos do metal progressivo Symphony X subirem ao palco. Infelizmente, a banda de New Jersey formada pelo guitarrista Michael Romeo, tiveram grandes problemas técnicos com o som, o que foi bastante perceptível ao público e, claramente, deixou o vocalista Russel Allen bastante incomodado nos primeiros momentos de show.
Contudo, Allen não se deixou abalar e levantou o público com sua voz potente e carismática. O setlist da banda contou com músicas como Kiss of Fire, Nevermore e Run with the Devil, do novo álbum de trabalho. Com passagens por álbuns como o “Underworld”, de 2015.
Candlemass
Dentro do horário esperado e com o sol a pino, o que ajudou a galera a se hidratar bem mais, às 13h30 foi a vez dos suecos do Candlemass subirem ao palco. Com a dura responsabilidade de substituir o Saxon, que cancelou sua vinda ao festival pela saída do guitarrista Paul Quinn. O grupo de doom metal subiu ao palco com muita empolgação e foi incrivelmente bem recebido pelo público.
Com uma dinâmica certeira e riffs de guitarra alinhadíssimos, o grupo apostou nas canções pesadas desde o início, como A Sorcere’s Pledge, Crystal Ball e The Well of Souls. A energia da banda se elevava tal como o estádio começava a ficar quente pela quantidade de pessoas, que a essa hora já era bem incomum, já que em festivais, estamos acostumados a ver o público chegar com mais demora, o que não foi o caso no Monsters of Rock. Sendo assim, com o estádio parcialmente lotado o vocalista, Johan Längqvist, cantou muito e fez com que o público o acompanhasse em cada música, vibrando, interagindo muito e criando uma sonoridade incrível.
Helloween
Seguindo a base de músicas pesadas, era a hora do power metal invadir o Allianz Parque. Sim! Era hora de unir forças e subir a temperatura com os astros do Helloween!
A banda que já é muito querida e sempre bem vinda ao Brasil, não mediu esforços para entregar um espetáculo aos seus árduos fãs que os aguardavam devidamente uniformizados e caracterizados com os rostos pintados de laranja. Bonito de ver!
Às 15h00 em ponto, a banda anunciava sua chegada com a introdução já muito bem conhecida pelo público, com a cortina estampando seu logo e no telão, a verdadeira festa de Halloween que estava para começar. O grupo já iniciou os trabalhos com uma trinca DE PESO, com Dr. Stein, Eagle Fly Free e Power. Exatamente! Início de show extremamente apoteótico!
Nem precisamos falar da sincronia de vozes do duo Andi Deris e Michael Kiske, que embalaram o público do início ao fim. Deris era só sorrisos e troca de olhares profundas com os fãs que estavam colados na grade. A banda trouxe canções clássicas ao setlist como Heavy Metal (Is The Law), até as novatas como Best Time.
O show do Helloween foi de completa entrega, viagem no tempo, sorrisos e muito mais! O único problema, se deu devido a parte da cortina com o nome da banda ter se desprendido da estrutura antes do tempo, fazendo com o que a equipe técnica precisasse descer a mesma de forma lenta, fazendo que os músicos se revelassem nas laterais do palco para dar início ao show. No entanto, o pequeno empecilho não ofuscou em nada na festa que os alemães proporcionaram no palco.
Deep Purple
Diretamente da Inglaterra, o Deep Purple pousou no Monsters of Rock com toda classe e elegância musical já esperada.
Os músicos apresentaram um setlist setentista, trazendo grandes sucessos como Highway Star, Lazy, When a Blind Man Cries, Perfect Strangers, Space Truckin’, Hush e Black Night. Era nítido a expectativa do público para a apresentação do grupo, a pista premium estava completamente tomada por fãs e espectadores curiosos para ver a banda em ação.
Com toda certeza, não é preciso ser expert no meio para saber que Ian Gillan é um dos nomes mais respeitados no mundo do rock. Não há argumentos que desabonem a capacidade e potência de voz que o frontman apresenta a décadas. O que fica muito mais evidente quando você está de perto acompanhando um show e é surpreendido com a qualidade técnica e alinhamento musical da banda. Não há um erro sequer, uma nota fora do lugar. Isso é um dos motivos pelos quais, a banda é sinônimo e espelho para artistas das novas gerações.
Obviamente, o que mais se nota e surpreende o público é a disposição do vocalista, que com 77 anos, ainda viaja em turnê e independentemente da idade entrega um vocal de respeito. O que vemos no palco é completo amor e respeito ao seu público, esse é o real motivo pelo qual o Deep Purple continua a nos presentear com apresentações de alto calibre.
Fotos: Mercury Concerts
Agradecimentos: Mercury Concerts e Monsters of Rock Brasil
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