PALAYE ROYALE: em ritmo de festa e emoção, banda entrega show para compensar adiamento
Com seu “garage rock” focado no público alternativo, os americanos, Palaye Royale, diretamente de Las Vegas, fizeram um show leve, descontraído, até emotivo, e definitivamente divertido em show adiado – que estava programado para janeiro -, mas que compensou os meses de espera para a apresentação. E teve de tudo! De vocalista entrando no meio da galera, a homenagem à falecida mãe de vocalista, até bote inflável em cima do público.

Fila mostrava que público seria modesto, mas dedicado
É sempre muito legal ver públicos dedicados às bandas que são fãs. Em especial, o público jovem costuma ser assim, e era o caso do dia. Já pelo meio da tarde, havia pessoas esperando para o show dos americanos do Palaye Royale, que aconteceria à noite. Vídeos da fila mostravam uma concentração de jovens fãs em seus visuais alternativos sentados na calçada em frente ao Carioca Club, e essa dedicação sempre significa que, ao menos, teríamos animação! Spoiler: tivémos.
Quando os portões da casa abriram, porém, era visível que não seria um show volumoso, muito menos lotado. Rapidamente, todos os presentes na fila entraram e se aglomeraram em frente à grade, com todos tentando ir mais e mais para a frente, para ver de perto a banda. No fim das contas, um público modesto, mas longe de ser tímido. Nem mesmo a uma hora e meia de espera entre a abertura da casa, às 19h, e o começo do show diminuiu a animação.
Pois bem, marcado para às 21h, um horário talvez um tanto tarde, mas comum em shows, pontualmente as luzes se apagaram. O show estava começando.
Apresentação com ótima produção fez público diminuto fazer barulho como estádio
Tem coisas que só quem é fã de rock sabe! Ver um artista que você é fã é algo único, e isso torna possível algumas centenas de pessoas fazerem um barulho ensurdecedor, digno das dezenas de milhares que vemos em muitos shows em arenas e estádios. Claro, quando a banda percebe essa excitação e entra na vibe, só melhora o sentimento e o clima.
Sob gritos exaltados, especialmente de vozes femininas, a banda subiu ao palco ao som de You’ll Be Fine, que do começo ao fim foi cantada em coro pelos presentes. Não deu tempo de respirar, e tocaram Death or Glory, faixa título de seu último álbum de 2024, que mostrou a boa aceitação dos fãs para com seu novo trabalho. Finalmente, então, o vocalista Remington Leigh, com seu visual chamativo, e se destacando dos demais membros mais despojados, se apresenta ao público e agradece as pessoas presentes. Prometendo, inclusive, voltar logo ao Brasil!
Clima era de festa…
Claramente a banda conhece seu público, sabe não só o que querem ouvir, mas ver também. Logo na segunda música, enormes bolas infláveis foram jogadas ao público, que durante todo o show ficou jogando-as de um lado para o outro. Em Showbiz, Remington subiu em um bote inflável jogado em cima da plateia, e foi levado até o meio da pista, e depois trazido de volta ao palco – momento que tirou gritos animados de todos, em algo que está em falta em grande parte dos shows por aí.
Outro ponto interessante, o guitarrista Sebastian Danzig não apenas tem a presença de palco em ir de um lado para o outro, mas também muitas vezes, entre as músicas, toma o microfone para si e fala com a plateia, intercalando com os momentos que Remington se comunica.
Claro, não se pode deixar de mencionar o quão é legal quando membros de uma banda descem do palco direto para o público! Nesse caso, em duas oportunidades. Nas duas últimas músicas, Fever Dream e Mr. Doctor Man, seu grande clássico, Remington subiu ao mezanino e correu entre a galera, e depois, se jogou no público e iniciou um mosh.
…e de emoção
Não apenas de alegria e festa vive o ser humano – algumas vezes, expôr nosso lado sentimental é necessário. Em especial, para músicos isso é uma constante.
Antes de começarem a tocar a canção Fever Dream, Remington aproveitou para dedicar a música a sua mãe, falecida há um ano. Claro, fazendo levantar uma salva de palmas.
Valeu a pena a espera de cinco meses
Muitos podem ter ficado decepcionados com o adiamento do show que ocorreria em janeiro – como foi o caso da nossa queridíssima fotógrafa Thammy, aqui do Tramamos -, mas no fim a espera valeu a pena. Com um setlist diverso, passeando por sua recente, porém rica discografia, foi um show para agradar tanto o público “das antigas”, quanto os mais recentes, embora alguns possam torcer o nariz para a fase mais “indie rock” atual deles.
A produção teve seus méritos! Boa iluminação ajudou, som impecável, e pontualidade.
O ponto baixo é a falta de um baixista no palco, apenas usando o VS do instrumento – por alguma razão, o baixista convidado, Logan Baudean não estava presente.
Setlist:
You’ll Be Fine
Death or Glory
No Love in LA
Little Bastards
Just My Type
Addicted to the Wicked & Twist
Showbiz
Broken
Hang On to Yourself
Dying in a Hot Tub
Fucking With My Head
For You
Lonely
Fever Dream
Mr. Doctor Man