Megadeth no Brasil: quarteto faz show incisivo, repleto de peso e clássicos
Banda traz a turnê “Crush the World” à São Paulo, em única apresentação no país
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Resenha por: Bruno Santos
Fotos: Instagram Mercury Concerts /@ricardomatsukawa
Realização e agradecimentos: Mercury Concerts & Catto Comunicação
Diversos fãs se reuniram na última quinta-feira (18) para prestigiar um dos maiores nomes do Thrash Metal americano. O Espaço Unimed, localizado na zona oeste de São Paulo, foi escolhido para sediar o evento e conta com uma ótima infraestrutura audiovisual. Mesmo em um dia útil e em horário de pico, o grande público esteve presente pontualmente para a abertura dos portões, ansiosos pela apresentação.
Após seis anos desde sua última passagem na capital paulista, o Megadeth retorna com um show preciso e direto, mas que mostra como a atual formação está afiadíssima ao executar músicas de peso e muita técnica com total maestria. Atualmente, a banda conta com o frontman Dave Mustaine (vocal/guitarra), James LoMenzo (baixo), Dirk Verbeuren (bateria) e o novato Teemu Mäntysaari (guitarra). Este último, inclusive, vem sendo muito elogiado pelo líder do grupo, que em recente declaração disse que o guitarrista é “o cara” que ele estava procurando há muito tempo.
Pontualmente às 21:30 as luzes se apagam e a introdução de “The Sick, the Dying… and the Dead!” ecoa nos falantes da casa, trazendo o quarteto ao palco. A faixa título do trabalho mais recente, lançado em 2022, é uma “amostra” perfeita do que seria apresentado na noite, pois traz diversos elementos instrumentais, desde solos elaborados e linhas de violão dramáticas à passagens com peso e agitação.
Apesar das atividades terem sido iniciadas com uma música relativamente nova, o show segue com uma sequência de old stuff, transitando por obras indispensáveis e agradando os fãs mais assíduos da banda, como em “Wake Up Dead” (Peace Sells… But Who’s Buying? de 86), “In My Darkest Hour” (So Far, So Good… So What! de 88) e Countdown to Extinction, do homônimo lançado em 92. A segunda e última passagem por trabalhos lançados após a década de noventa foi em “Dystopia”, hit do álbum de 2016, que carrega o mesmo nome.
Retomando os clássicos, “Hangar 18” é executada, sendo uma das icônicas e memoráveis faixas do aclamado “Rust In Peace” (1990). Teemu mostra que é um substituto à altura do brasileiro Kiko Loureiro, executando os solos e riffs complexos da música com total precisão, acompanhado de Mustaine que também exibe suas técnicas nos minutos finais. “Trust” vem em seguida, sendo a (única) escolhida de “Cryptic Whitings” (1997) e acalma o público que até aqui, teve poucos momentos para respirar e se recuperar.
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Tal momento foi necessário, pois preparou os presentes na casa para a frenética “Tornado Of Souls”, música que agitou rodas de moshpit e teve seus refrões cantados em alto e bom som pelo público, que seguiu apenas o instrumental da banda, já que Mustaine permaneceu calado, apreciando seus fãs totalmente sincronizados com o quarteto. A balada “A Tout Le Monde” proporciona mais um momento de “trégua” e emociona muitos ali presentes com seu ritmo romanesco e sua letra dramática.
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Durante toda a apresentação, Dave Mustaine interage muito pouco, com frases curtas e breves agradecimentos, mas, não por antipatia, pois a todo momento ele expressa orgulho e felicidade ao ver a plateia ovacionar a banda. Seu jeito “durão” já é tradicional, mantendo sempre uma postura imponente, de quem domina o que faz e tem o público nas mãos.
As relíquias não poderiam deixar de ficar para o final e o hino de “Symphony Of Destruction” dá início à tríade de músicas que representam obras de suma importância não só para a carreira do grupo, mas para a música pesada como um todo. Um dos hits (e talvez, o) mais conhecidos de toda sua história, fez o público agitar e cantar do começo ao fim, em um daqueles momentos que a voz da plateia se equipara com o som dos PA’s da casa.
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“Peace Sells… But Who’s Buying?” traz LoMenzo ao centro do palco dedilhando seu baixo, dando introdução à mais uma música indispensável no setlist. Como de costume, o “caveirão” e mascote da banda, Vic Rattlehead sobe ao palco para interagir com o público e os músicos com muita energia e simpatia, nos refrões finais da música. Dirk também se destaca nesse momento, executando pedais duplos rápidos e precisos.
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Ainda com fôlego e lenha pra queimar, “Holy Wars… The Punishment Due” foi a escolha para encerrar o show. Sendo um dos maiores hits de toda a carreira da banda e favorita de muitos, mais uma vez pudemos prestigiar a banda em perfeita sincronia executando técnicas e variações diversas, em mais uma música com muito peso, digna de apresentação dos músicos que compõe o quarteto e acompanham o líder e veterano Dave Mustaine na atual formação, fazendo um ótimo trabalho ao vivo e agradando os fãs.
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O Megadeth fez um grande retorno ao Brasil, em uma apresentação coesa e incisiva, lotando os setores do Espaço Unimed. A espera foi compensada com um setlist repleto de clássicos, agradando os fãs de longa data, assim como os de gerações seguintes. Apesar de direto, com poucas interações, a banda soube como levar o público em suas mãos, do início ao fim. A atual formação é afiada, mostrando que o boss Dave Mustaine sabe muito bem como escolher os membros que o acompanha nas turnês, pois cada um deles domina as técnicas necessárias para executar o repertório com maestria.
Setlist Megadeth – Espaço Unimed – 18/04/2024
The Sick, The Dying… and the Dead!
Skin O’ My Teeth
Angry Again
Wake Up Dead
In My Darkest Hour
Countdown To Extinction
Sweating Bullets
Dystopia
Hangar 18
Trust
Tornado Of Souls
A Tout Le Monde
Devil’s Island
Symphony Of Destruction
Peace Sells… But Who’s Buying?
Holy Wars… The Punishment Due
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