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[Bangers Open Air]: Primeiro dia oficial de festival conta com nostalgia e emoção

Segundo dia do maior festival de metal do Brasil traz a alegria de adolescente dos 30+ e sonhos realizados após a fase adulta

O Bangers Open Air é, atualmente, o maior festival do Brasil de heavy metal, trazendo diferentes vertentes do estilo e alegrando a grande diversidade de fãs brasileiros. Era visível pessoas de várias idades dentro do Memorial da América Latina para viver aquele momento, até crianças estavam vivenciando aquela experiência única.

Um fato que é muito relevante, principalmente para os shows no sábado (3) é que o festival era um presente para a versão adolescentes de muito 30+ que estavam ali. Vários comentários da expectativa de ver bandas que fizeram parte da sua juventude era ouvida entre os fãs.

Mas nem só de nostalgia estava o festival, bandas novas que faziam sua estreia na América Latina também contava nesse lineup e uma dessas boas surpresas foi a banda da Suíça Burning Witches.

Burning Witches

Créditos: Rogério von Krüger

Contendo apenas mulheres em sua formação, a banda segue um estilo do heavy e power metal que era muito comum nos anos 80.

Formada por: Jeanine Grob (baixo), Lala Frischknecht (bateria), Romana Kalkuhl (guitarra), Laura Guldemond (vocal) e Larissa Ernst (guitarra), a banda que surgiu em 2015 fez um show digno de banda histórica.

Elas sobem ao palco por volta das 11h50 e encontram um clima clássico de São Paulo, o sol torrando nossas cabeças e sem um vento para refrescar. Mas isso não foi um impedimento para as integrantes entregarem toda energia e bom-humor durante a sua apresentação. É claro que as roupas precisaram ter uma adaptação e o couro foi deixado de lado, mas todas estavam no melhor estilo headbanger e esbanjando personalidade o tempo todo.

O fato de ser a primeira banda também não tirou o brilho do show que tinha todo um cenário de fundo que parecia um castelo. A energia das integrantes estava a mais alta possível, elas constantemente corriam pelo palco, batiam cabelo, agitavam o público para cantar junto e gritar. Elas também agradeciam muito por estarem ali e pelo público ter chegado a tempo de ver o show delas.

A vocalista Laura constantemente agradecia em português e falava “vai, São Paulo”, também em português, para incentivar o público a participar das canções.

O Burning Witches tocou para um festival mais cheio e com muitas pessoas que ficavam atentas a cada movimento de suas integrantes e apreciando o estilo clássico que o grupo entrega no heavy metal.

Créditos: Rogério von Krüger

A recepção acabou sendo menos distorcida do que aconteceu com o Dogma, por exemplo (confira resenha aqui), já que elas seguem a mesma personalidade das bandas que foram criadas nos anos 80 como Judas Priest e Doro Pesch. Isso mantém um olhar mais conservador em cima do Burning Witches e não voltam as suas integrantes para uma misoginia, apesar de sempre acontecer.

Um ponto ruim do show é que estava extremamente alto o som, todos os instrumentos e a voz, o que acabava sendo um incômodo em qualquer lugar do show. Até no fundo era possível ouvir o som estourado e ensurdecedor, dificultando apreciar a experiência.

Por outro lado, ver a qualidade e carisma das integrantes do Burning Witches foi um agrado ao perceber como elas estavam felizes de estar no Brasil e tocar para seus fãs.

Ao fim do show, a banda pega a bandeira do Brasil de um fã que também continha uma caricatura das integrantes e posam para tirar foto e agradecer a todos que estavam ali.

Foi, com certeza, uma excelente escolha para abrir aquele dia de festival.

Setlist Burning Witches:

Unleash the Beast

Dance With the Devil

Maiden of Steel

Nine Worlds

Wings of Steel

Hexenhammer

The Spell of the Skull

The Dark Tower

Lucid Nightmare

Burning Witches

Viper

Créditos: Arthur Waismann

Ao mesmo tempo que o Burning Witches tocava no Ice Stage, uma das bandas de heavy metal mais influente do Brasil tocava no Sun Stage.

Quando você ouve esse estilo musical aqui no Brasil, é necessário saber a relevância e importância que o Viper teve para levar o metal brasileiro para o mundo. Foi durante os anos 80 e 90 que a banda consolidou sua carreira e fazendo sucesso em diversos lugares do mundo.

Ter a honra de presenciar esse show é fundamental para valorizar e prestigiar a qualidade que temos dentro do Brasil quando se fala de bandas de metal.

Infelizmente não temos mais entre nós dois membros original da banda, Andre Matos e Pit Passarell, mas sua memória ficará sempre na mente e coração dos fãs.

Na formação atual contamos com: Felipe Machado (guitarra, acústica, violão e backing vocals), Guilherme Martin (bateria), Leandro Caçoilo (vocal), Kiko Shred (guitarra) e Daniel Matos (baixo).

Créditos: Arthur Waismann

Logo no começam tiveram alguns problemas com o microfone de Leandro que falhou diversas vezes, mas o público não se deixou abalar isso, cantando o mais alto possível todas as músicas.

Esse show foi um dos mais cheios do palco Sun que fica do outro lado do Memorial da América Latina. Muitos fãs chegaram cedo para acompanhar o Viper.

Além de toda a nostalgia que tomava o show, seus integrantes aproveitaram a oportunidade para homenagear Andre Matos, que faleceu em 2019, e Pit Passarel que faleceu em setembro do ano passado. A ideia para essas homenagens era tocar o álbum Evolution, que marca o início de Passarell como vocalista do Viper.

Leandro falava constantemente sobre os membros e a importância de cada música daquele show, o que aumentava a emoção do momento. Também estava na banda Daniel Matos, irmão de Andre e assumindo o posto de baixista, que era a Pit.

Muitos fãs se encontravam escondidos nas sombras das árvores, ou próximo do prédio que ficava ao lado do palco, mas os mais fervorosos não saíam da frente do palco, mesmo com as altas temperaturas e o sol do meio-dia.

Essa apresentação foi uma celebração ao passado e ao legado do Viper, mas nos deixa com a certeza de que uma das maiores bandas de metal do Brasil ainda tem muito para o futuro.

Setlist Viper:

Timeless

Prelude to Oblivion

A Cry from the Edge

Coming From the Inside

Dance of Madness

Wasted / The Shelter

Dead Light

Rebel Maniac

Evolution

The Spreading Soul

Under the Sun

Living for the Night

H.E.A.T

Créditos: Rapha Garcia

Voltando para o Hot Stage, um dos palcos principais do Bangers, encontramos uma das bandas mais felizes de estarem no festival, o H.E.A.T.

Era notável que muitos músicos estavam animados de estarem no festival e no Brasil, mas ninguém demonstrou isso de forma tão fervorosa quanto o vocalista Kenny Leckremo.  Ele corria pelo palco, agradecia aos fãs e era visível em seu rosto o choque e admiração que ele tinha pelo momento em que estava vivendo. Kenny até se deitou perto da ponta do palco e ficou curtindo aquele momento especial enquanto os músicos tocavam.

Também na sua formação estão: Jona Tee (teclados), Jimmy Jay (baixo), Crash (bateria) e Dave Dalone (guitarra).

A banda traz o hard rock que se tornou um clássico com bandas da Suécia em toda a sua agilidade e animação. A adrenalina das músicas, somada a animação dos músicos, deixou o show ainda mais atrativo, até mesmo para quem não conhecia.

Créditos: Rapha Garcia

Kenny mesmo fazia questão de colocar todo o público para participar do show, constantemente ele pedia para a plateia gritar e cada vez mais alto.

Com um nome que traduzido significa calor, a banda não estava tão preparada para o sol brasileiro, surgindo ao palco com roupas compridas e de couro. Kenny usava uma jaqueta e calça, mas logo ele disse que não aguentava mais aquela roupa e saiu do palco por alguns minutos, enquanto a banda tocava, voltando de camiseta e um colete jeans, mas logo ele tirou o colete também e ficou só de regata. Crash, o baterista, também tirou a camiseta por causa do calor intenso.

Show do H.E.A.T termina após muitos agradecimentos de seus integrantes, o largo sorriso de todos e uma imensa satisfação de ter tocado no Brasil para tantos fãs. Algo que, com certeza, ficará na mente de todos que estavam ali, principalmente a banda.

Setlist H.E.A.T:

Disaster

Emergency

Dangerous Ground

Hollywood

Rise

Beg Beg Beg

Back to the Rhythm

Bad Time for Love

1000 Miles

One by One

Living on the Run

Dynazty

Créditos Arthur Waismann

Continuando no clima do hard rock sueco, saímos do palco Hot para o Sun prestigiar o Dynazty.

Confira nossa entrevista com o Dynazty aqui.

Formada por: Nils Molin (vocal), Love Magnusson (guitarra, teclados), Mikael Lavér (guitarra), Jonathan Olsson (baixo) e Georg Härnsten Egg (bateria), era primeira vez da banda em solo nacional.

A banda veio com a proposta de trabalhar o seu mais recente álbum Game Of Faces, mas acabou passando por toda sua trajetória musical de quase 20 anos.

Era visível a presença de fãs fiéis que estavam ali exatamente para esse show, mas a maioria não se interessava em ficar parado e aproveitar a apresentação por inteira. A proposta do festival, com quatro palcos diferentes e shows ao mesmo tempo, acaba obrigando o público a fazer escolhas de onde ficar e o Dynazty foi quem mais sofreu com isso.

Por exemplo, nesse mesmo horário, a banda Municipal Waste tocava no palco Ice e encontrava o local completamente lotado.

Créditos: Arthur Waismann

Os problemas técnicos também dificultaram o show, o som estava estourado e alto demais. A fumaça que saía no palco estava muito forte e era ruim de ver os músicos.

Já sobre a banda, o ponto alto foi o carisma e charme do vocalista Nils que ficou o tempo todo na ponta do palco para cantar perto dos fãs. Ele também agradecia quem estava ali e apresentava as músicas, destacando as que eram do álbum mais recente.

O Dynazty mostra um show maduro de uma banda que entende o que está fazendo e como agradar o público. Eles também têm uma grande qualidade técnica que mostra a dedicação e o trabalho em grupo de seus integrantes.

Para os fãs de hard-rock, ver o H.E.A.T e o Dynazty, um atrás do outro, deve ter sido uma experiência incrível e inesquecível.

Setlist Dynazty:

In the Arms of a Devil

Game of Faces

Natural Born Killer

The Grey

Waterfall

Yours

Call of the Night

Presence of Mind

The Human Paradox

Heartless Madness

Após o show do Dynazty, consegui ver apenas o final do Municipal Waste, mas já posso dizer que deve ter sido extremamente gratificante para os fãs e a banda aquele show.

No momento que cheguei perto do palco, rodas de mosh no lounge e na pista estavam formadas, as pessoas a volta pulando e batendo cabeça, uma pura adrenalina surgindo do público, direto para o palco.

O vocalista agradeceu várias vezes e disse que a meta dele era fazer com que todas as pessoas que estavam ali se tornassem fãs da banda. Então ele olha para o outro palco e fala para os fãs: “Até mesmo vocês que estão aí não dando a mínima para gente”.

Nessa hora já era visível uma grande concentração de fãs na frente do outro palco para ver a banda finlandesa Sonata Arctica.

Sonata Arctica

Créditos: Diego Padilha

Sonata era de longe uma das bandas mais esperadas pelos fãs no festival. A banda já tocou outras vezes por aqui e fez turnês por todo o Brasil, mas isso não diminuía a ansiedade do público em ver os finlandeses mais uma vez, e dessa em um grande festival.

Esse foi um show que mostrou claramente a dedicação e fidelidade dos brasileiros quando se fala em paixão por algo e era o que transbordava ali pela banda.

Todos estavam cantando as músicas a plenos pulmões, muita gente apertada tentando ficar o mais próximo do palco e os que estavam ao fundo, dançavam todas as músicas.

Havia três meninas, por voltas dos quatro anos, dançando e muito animadas com o show, com certeza foi algo passado dos pais para os filhos.

Já em cima do palco, era percebido uma banda muito grata a todos e feliz de estar ali. Os músicos iam para perto do palco constantemente e agitam o público para cantar ainda mais alto.

Créditos: Diego Padilha

O setlist estava para agradar gregos e troianos e narrava a história de quase 30 anos da banda, sem deixar o foco principal em seu mais recente álbum, Clear Cold Beyond.

Formada por: Tony Kakko (vocal), Tommy Portimo (bateria), Henrik Klingenberg (teclado), Elias Viljanen (guitarra) e Pasi Kauppinen (baixo), era visível em seus músicos a alegria e espanto ao ver tanta gente cantando suas músicas com tanta animação e emoção.

Mesmo com tantos adultos com mais de 30 anos ali curtindo o show, era possível sentir que aquilo era um presente para suas versões adolescentes que ouviam os álbuns por CDs ou pela internet e nunca imaginariam estar presenciando algo tão especial e único.

Setlist Sonata Arctica:

First in Line

Dark Empath

I Have a Right

San Sebastian

Replica

My Land

FullMoon

Wolf & Raven

Don’t Say a Word

Vodka

Kamelot

Créditos: Rogério Von Krüger

Mas o power metal não tinha acabado naquele dia e para alegria dos fãs do estilo, outra banda renomada estava para entrar ao palco, o Kamelot.

Esse seria o primeiro show da banda no festival. Eles também iriam tocar no domingo, substituindo a banda I Prevail que cancelou sua participação.

Para o sábado foi escolhido o setlist clássico da banda que traz canções tocadas normalmente em seu show como Karma, When the Lights Are Down, Forever e March Of Mephisto. Porém, também tivemos canções do mais recente álbum deles, The Awakening, como New Babylon e One More Flag In The Ground.

Ver um show do Kamelot, seja em uma casa de show pequena, ou em um grande festival, é sempre um espetáculo que conta com grandes performances de cada um dos seus integrantes.

Thomas Youngblood, guitarrista e líder da banda, ficava na função de animar o público e constantemente pedia para os fãs gritarem, ou balançarem os braços de um lado para o outro. Ele também é o responsável pelos excelentes solos das músicas e repetidamente jogava uma palhetas para o público, o que causava um alvoroço entre os fãs.

Sean Tibbetts, baixista, corria de um lado ao outro do palco e girava tocando seu baixo enquanto balançava suas longas tranças seguindo as batidas das músicas. Ele também olhava atentamente para os fãs, na expectativa de ver os que estavam mais animados e jogava palhetas para eles.

Mesmo de trás da bateria, Alex Landenburg, membro mais recente do Kamelot, tinha a função e trazer o peso do power metal para as músicas e aumentar ainda mais a energia do show. Ele também era só sorrisos e acenos para os fãs.

Oliver Palotai, tecladista, também estava mais atrás do palco, mas olhava atentamente para cada fã e interagia com aqueles que estavam cantando e pulando durante o show. Tinha até momentos que o vocalista ia até onde estava Oliver e eles interagiam brincando com o teclado.

Por último, tínhamos aquele com a maior responsabilidade em cima daquele palco. Tommy Karevik, o vocalista, era quem guiava o público como um maestro a frente de sua orquestra. E ele conseguiu isso com perfeição.

Tommy pediu para os fãs fazerem silêncio e todos atendia, então se abaixava e fazia um sinal para os fãs gritarem assim que ele se levantasse, o que era atendido prontamente e no maior volume possível. Então ele cantava versos de uma música e passava o microfone para o público, que o seguia na mesma hora.

Créditos: Rogério Von Krüger

Muitas vezes a gente vê um artista fazer isso e depois reclamar que o público não estava alto o suficiente, mas Tommy se sentiu satisfeito todas as vezes que o público gritou e era possível ver a emoção em seus olhos que enchiam de lágrimas ao agradecer aos fãs e dizer que aquilo era incrível.

Para completar a trupe, tínhamos Melissa Bonny, vocalista da banda Ad Infinitum, que estava acompanhando o Kamelot nessa turnê.

Melissa era responsável por vocais limpos e guturais em diferentes canções da banda e as performou impecavelmente. A cantora é, sem dúvida nenhuma, uma das melhores vocalistas de metal atualmente, tendo uma capacidade vocal e afinação alinhada e primorosa.

Ela também trazia todo um charme e personalidade diferente para o show, entrava ao palco com acessórios, cada um representando a canção que iria cantar.

Além disso, Melissa também se mostrava muito contente e grata a todos ali. Ela sorria para os fãs e acenava de modo tímido para quem gritasse o nome dela.

Próximo do final do show, na penúltima música, One More Flag In The Ground, Tommy costuma pegar uma bandeira com o logo do Kamelot para balançar enquanto canta a música. Entretanto, dessa vez, ele aparece com uma gigantesca bandeira do Brasil para performar a música.

O show termina com Liar Liar (Wasteland Monarchy), que é uma das canções mais pesadas da banda, entregando mais poder e peso para aquele show.

Era hora de os músicos irem embora, mas a vontade era de ficar o máximo de tempo ali com os fãs. Eles ficaram jogando baquetas, palhetas e setlists para os fãs. Agradeceram a todos e acenavam constantemente para os fãs antes de saírem.

Setlist Kamelot:

Veil of Elysium (com Melissa Bonny)

Rule the World

Insomnia

When the Lights Are Down

New Babylon (com Melissa Bonny)

Karma

March of Mephisto

Forever

One More Flag in the Ground

Liar Liar (Wasteland Monarchy) (com Melissa Bonny)

Saindo do palco principal e indo em direção da parte do trás do festival, passando pelo final do show do Ensiferum, era possível ver que o palco Sun estava completamente lotado. Era até difícil passar, mas foi muito gratificante ver tantos fãs ali pela banda.

Seguimos até o fundo do Memorial, passando pelas lojas de camisetas e subindo até o anfiteatro para ver a banda mexicana Pressive.

Pressive

Créditos: Thiago Henrique

Confira nossa entrevista com o Pressive aqui.

Era possível ver a animação e alegria das bandas ao estarem no Brasil, mas nenhuma superava ao Pressive. Eles estavam desde o começo postando sobre a vinda ao país, chegaram um dia antes e já foram ao centro de São Paulo beber em um “boteco”. Compareceram cedo ao festival e ficaram andando por lá para conhecer os fãs e tirar foto.

Dentro do teatro era possível ver uma quantidade significativa de fãs, mas aquela escolha de palco atrapalhou, e muito, a tentativa do Pressive de ser visto por mais pessoas. Era muito longe de chegar ali e muito escondido.

Ano passado, esse palco ficou ao lado de fora do anfiteatro e quem parava para comer, descansar, participar do Signing Session, acabava vendo que estava tocando por ali. Essa seria a forma perfeito de a banda mostrar o seu trabalho. Mas no local onde eles estavam foi difícil demais.

Porém, isso não atrapalhou a banda de entregar toda a sua alma e dedicação ao show. As pessoas que iam chegando e se sentando nas cadeiras, eram chamadas para ficar em pé e vir para frente para participar do show.

Créditos: Thiago Henrique

Charly, vocalista, conversava o tempo todo com os fãs, misturando espanhol com inglês para se fazer entender por quem estava ali. Mas a barreira da língua não foi um impedimento para o público entender seus pedidos e aproveitar o show.

Muitos que estavam ali não conheciam a banda e saíram maravilhados com seu som do nu metal da banda.

O show também contou com participações especiais Felipe Hervoso, vocalista do Axty, na música Hollow. E Caio MacBeserra do Project46 para cantar The Hate Effect.

Pressive entregou um show cheio de energia e animação que contagiou quem estava ali e conseguiu ingressar todo o público para dentro da apresentação da banda. Mesmo após o final, o vocalista desceu do palco para tirar fotos com os fãs e entregar adesivos com o logo da banda.

Setlist Pressive:

Historias

Realidad

20-20

Sirens

Hollow

Me Solté de tus Brazos

Esta Vez No

The Hate Effect

The Void

As bandas que encerrariam o dia do festival eram o Sabaton, no palco principal, e o Lacrimosa, que estaria no palco alternativo do outro lado.

Muitos colegas da imprensa optaram por ver o Sabaton e toda a sua magnitude, mas como a ideia de nostalgia estava muito forte nesse dia, nossa jornalista decidiu assistir uma banda que fez parte significativa da sua adolescência, o Lacrimosa.

Lacrimosa

Créditos: Arthur Weismann

O duo alemão de rock gótico e dark wave, formado por Tilo Wolff e Anne Nurmi contava com outros músicos em cima do palco para dar um tom mais pesado as músicas melancólicas e melódicas deles.

A frente do palco estava completamente lotada, até o fundo de pessoas que aguardavam ansiosamente por aquele momento. Era possível ouvir as pessoas contando que, apesar de serem fãs da banda há décadas, era a primeira vez que eles teriam a chance de ver ao vivo.

Com 6 minutos de atraso, o show começa com a entrada dos outros músicos, seguidos por Anne que acena para o público e vai rapidamente para trás de seu teclado contar uma introdução juntos dos outros membros.

Quando eles começam a tocar Schakal, Tilo entra apenas na hora que ele começa a cantar. Sua caminhada é com passos lentos e sedutores que acompanham muito bem a voz única e peculiar do vocalista.

Mesmo com o ar melancólico da banda que nos entregou uma festa gótica e sombria durante suas músicas, os integrantes eram puro carisma, simpatia e felicidade ao falar com os fãs.

Tilo e Anne agradeciam os fãs ao fim de cada música, eles faziam questão de expressar sua alegria em estar ali e apreciavam a resposta dos fãs que gritavam e levantavam bexigas com o logo da banda.

Créditos: Arthur Waismann

Quase no meio da apresentação, Tilo conta que não costuma atender a pedido dos fãs de músicas que eles querem ouvir, mas decidiu fazer essa exceção para o Brasil e tocar uma música que foi solicitada pela integrante do fã-clube brasileiro. Ele diz que essa música foi ensaiada especialmente para aquele momento. É quando eles tocam Kelch der Liebe.

Houve momentos em que Anne saía de trás do teclado e assumia os vocais, como em Dark is this Night, o que era um prazer apreciar a voz doce de Anne e sua sensibilidade as dançar enquanto performa a música.

Tilo mostrou toda a sua habilidade musical tocando teclado, trompete e guitarra. Sua voz também é uma característica marcante que consegue atingir notas altas e até mais graves de uma forma única e peculiar.

Na plateia era possível ver pessoas chorando e totalmente emocionadas em estarem vivendo aquele momento. Muita gente arriscando seu alemão para cantar junto com a banda e vivenciar da melhor forma aquele momento.

É quando a banda toca o clássico Lichtgestalt que o público vai a loucura e grita ainda mais alto ao ouvir o começo da música.

A banda sai do palco por alguns segundos, mas volta para tocar Copycat. Tilo olha para os fãs e diz: “Vocês estavam gritando por Copycat? Então vamos tocá-la”.

O show termina com o sorriso no rosto de todos os membros do Lacrimosa, as lágrimas e emoção do público por ter vivido aquele momento tão especial.

Setlist Lacrimosa:

Schakal

Ich bin der brennende Komet

Celebrate the Darkness

Liebe über Leben

Avalon

Kelch der Liebe

Stolzes Herz

Dark is this Night

Lichtgestalt

Copycat

Crédito foto de capa: Diego Padilha

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