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[Entrevista] Luna Kills: “Música é uma paixão para nós, então cada pedaço de música que escrevemos vem desse amor e de nos expressarmos”, diz vocalista

Em coletiva de imprensa, a vocalista da banda Luna Kills, Lotta Ruutiainen, conta de onde surgiu a ideia de criar a banda, como é seu amor pela música, a identidade da banda e o mais recente álbum Deathmatch

Luna Kills é significativamente nova, mas surgiu da mudança e evolução de seus membros que, antes dessa banda, já tinham um outro projeto desde 2015. A ideia de começar tudo do zero e criar um trabalho completamente novo, vem da experiência dos músicos e a vontade de fazer algo que reflita diretamente na paixão deles por música e a vontade de se expressar livremente.

Esse ano eles lançaram o álbum Deathmatch que fala sobre saúde mental e expressa como a música pode ser uma terapia para quem escreve as canções e para quem as ouve.

Para falar sobre a banda, o novo álbum e sua trajetória na música, a vocalista Lotta Ruutiainen concedeu uma coletiva para a imprensa sul-americana e você confere abaixo:

Uma das perguntas feita pelos jornalistas foi sobre o novo álbum Deathmatch.

Lotta: Música é uma paixão para nós, então cada pedaço de música que escrevemos vem desse amor pela música e de nos expressarmos. A maioria dos temas do álbum são sobre problemas na saúde mental. Eu escrevi as letras e não planejei as escrever tão sombrias, mas eu componho sobre coisas que eu sei. Na época em que estávamos criando o álbum, eu tive problemas pessoais e foi um momento muito difícil, então foi muito natural para mim transferir esses sentimentos para a música.

Música é sempre uma terapia para mim, então foi muito natural escrever essas coisas.

Inicilamente, nossa jornalista Tamira Ferreira teve a oportunidade de fazer duas perguntas e vocês as conferem abaixo:

A banda surgiu em 2015 com o nome de Tocornal, mas mudou para Luna Kills. De onde veio essa vontade de mudar e começar de novo?

Lotta: As duas bandas são projetos completamente diferentes, eu sempre falo que aquele momento meio que evoluiu para o Luna Kills, mas Tocornal e Luna Kills são completamente diferentes, com diferentes estéticas e música.

A banda que a gente começou em 2015 era a nossa primeira experiência com música e com a ideia de formar uma banda, fazer música. Luna Kills tem uma mentalidade mais profissional, temos mais objetivos e ambições quando se fala de música.

Nós estamos vivendo a era das clean girls que trazem grandes e problemáticas regras sobre como uma mulher deve ser na sociedade atual, o que é um retrocesso para a nova geração. A banda já traz um estilo mais intenso e emponderado que expressa abertamente pensamentos e opiniões pessoais. Como você se vê na sociedade como mulher e como cantora de heavy metal?

Lotta: Eu sempre me arrependo por ter muitas opiniões fortes, com certeza. (risos)

Sempre falo o que penso, mas sou grata por ter crescido em uma família que valorizam essa forma de expressão. Eu nunca parei para pensar o que as pessoas acham de mim ou como me veem, mas eu acho que tenho um pouco de responsabilidade quando a gente fala sobre influenciar jovens mulheres. Seja na música, heavy metal ou qualquer coisa no geral.

Eu espero que eu possa trazer de tudo para a nova geração de garotas e mulheres que querem fazer parte dessa cena ou de uma forma geral. É como você disse, estão acontecendo coisas estranhas vindo do TikTok, qualquer coisa que está influenciando as jovens mulheres a agirem e se comportar de uma certa forma. Porém, eu acho que é parte da juventude, você procura se espelhar nas pessoas e você encontra lugares para se encaixar, mas acho que você achará o seu caminho conforme você vai envelhecendo.

Também perguntaram para Lotta sobre as pressões que ela sente pela identidade da banda e como ela supera isso.

Lotta: Eu acho que a gente tem uma visão muito forte de quem somos, não de uma forma de sempre saber o que queríamos fazer ou qual tipo de música queríamos escrever, mas temos uma visão de quem somos como pessoas.

A pressão surgiu porque estávamos um pouco perdidos antes desse álbum já que estávamos sentindo que ninguém estava entendendo o que queríamos dizer com a nossa música, num quesito profissional. Estávamos procurando profissionais para colaborar e lançar esse álbum, porém, sentimos que não estavam nos entendendo e eles estavam tentando fazer de nós algo que não somos.

Então essa pressão surgiu dessa dúvida se deveríamos mudar de alguma forma, mas estamos felizes que podemos nos expressar verdadeiramente com esse álbum e achar parceiros que entendem quem somos e qual a nossa identidade.

Falando mais um pouco sobre o novo álbum, Deathmatch e a sua recepção.

Lotta: Eu não tinha muita expectativa de como o álbum seria recebido criticamente, então tem sido muito incrível ver que o álbum está recebendo ótimas resenhas e as pessoas estão gostando.

Nossos fãs mais antigos estão gostando de nosso trabalho e estamos ganhando novos fãs, isso tem sido muito incrível.

Ainda sobre seu público, Lotta diz:

Quando se fala do Luna Kills, e essas bandas que têm uma personalidade forte, eu acho que a mensagem acaba atingindo diferentes públicos. Nós temos um fandom bem vasto, de pessoas com diferentes idades, homens e mulheres. Acho que todo mundo encontra a mensagem em suas canções favoritas e que a energia também é algo que atrai os fãs.

Ainda é um mistério para mim também (risos), mas vemos que o público é bem diversificado, essa é a única coisa que eu posso dizer com certeza. E as respostas vêm da energia e das mensagens nas músicas.

Após todos os jornalistas perguntarem, foi aberto a chance de fazer mais perguntas e nossa jornalista acabou fazendo mais três:

Eu vi que você já dirigiu e editou alguns dos videoclipes da banda. O quão importante você acha que é para você estar conectada na banda fazendo outros trabalhos? Vocês acabam tendo esse cuidado para pensar na banda como um todo? Por exemplo, mídias sociais, roupas, videoclipes?

Lotta: Estou tendo aquele sentimento quando você, acidentalmente, se torna muito importante no seu local de trabalho (risos).

Obviamente eu amo fazer todo esse design gráfico, fotografia, videografia e edição, eu faço o tempo todo. É claro que seria ótimo delegar, mas ultimamente no mundo, a gente anda tendo dificuldades financeiras quando se fala de música e tudo mais, com os streamings, vendas de álbuns e coisas assim. Então todo esse trabalho acaba sobrando para mim porque eu posso fazer.

Entretanto, é muito importante para mim que a visão que temos da banda com o visual, sonoro, todo o merchandising, mídias sociais e tudo mais seja dentro dessa visão. E eu sei que se tenho o direito de fazer, então farei com prazer enquanto puder.

Lotta, como você começou no mundo da música? Como foi para você encontrar a sua voz?

Lotta: Para mim, foi um pouco tarde como cantora porque eu não tinha amigos que queriam tocar ou estar em uma banda. Eu comecei tocando violino, na verdade. Quando era criança, eu convenci minha mãe que queria fazer aulas de música na Finlândia, era como uma escola em que os estudos eram mais voltados para música. Eu estudei nessa escola por 5 anos e escolhi o violino.

Eu gostava muito de cantar, se tivesse acreditado nos meus pais que disseram que eu cantava mesmo antes de falar. (risos) Então (cantar) tem estado a muito tempo comigo, mas foi só no ensino médio que eu comecei a fazer algo com a minha voz porque eu sonhava em cantar em uma banda. Eu comecei a estudar canto por um tempo e ia a vários karaokês (risos).

Nosso guitarrista é meu primo e ele me convenceu a juntar-me a ele e sua tentativa no rock n’ roll. O resto é história.

Foi quando começamos a construir nossa jornada musical.

Mas quando é sobre o meu vocal e como a minha voz começou a se moldar, foi através da música ao vivo e foi através dessa banda. Eu estava fazendo aulas de canto, mas eu nunca consegui escolher esse estilo musical para a minha voz e isso eu só consegui achar dentro dessa banda e fazendo shows ao vivo.

A banda tem uma variedade de estilos além do heavy metal e ele foge bastante do que é popular na Finlândia, como o metal melódico. Como você vê a cena atual finlandesa? Há uma mudança nos estilos, mesmo dentro do heavy metal?

Lotta: Eu acho que como qualquer coisa, ele evoluiu. Eu acho que, na verdade, estamos vendo uma forte cena do death metal na Finlândia. Os mais jovens estão ouvindo muito death metal, até assisti um documentário sobre isso.

Acho que todos os subgêneros estão indo bem na Finlândia, eu acho que o país nunca irá se livrar do heavy metal e todos os seus gêneros. Porém, tenho visto um crescimento de estilos alternativos do metal, algo mais moderno. E acho que isso vem um pouco da cena americana, porque aqui não tínhamos muito Metalcore ou algo assim, e agora você consegue ouvir essas influências nas bandas que estão seguindo o estilo do metal moderno.

A cena está indo muito bem, eu diria, e espero que cada vez mais jovens se unam e venham a shows de heavy metal.

Conheça Luna Kills:

Site: https://lunakills.com/

Instagram: https://www.instagram.com/lunakillsband/

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