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Honey, você foi? – Maneskin leva São Paulo à loucura; saiba como foi o show!

Prestes a lançar a versão estendida de seu último álbum, ‘Rush! (Are You Coming?)’, Måneskin retorna ao Brasil provando que a banda não é puro hype da mídia.

Fotos gentilmente cedidas por Jeff Marques em cobertura para o site Igor Miranda

Pela segunda vez em São Paulo, a banda Måneskin retorna ao Espaço Unimed com ingressos esgotados, trazendo 8 mil pessoas após o caos que a cidade passou para finalizar a noite com um espetáculo aguardado por tantos meses desde o seu anúncio.

Próximo ao horário do início do show, os fãs, que são um espetáculo à parte, não diferente do show anterior, chegam com seus looks brilhantes para receber Damiano David, Victoria De Angelis, Thomas Raggi e Ethan Torchio.

Exatamente às 22h, as luzes se apagam, e o público começa a gritar enquanto braços e celulares são posicionados para cima. A ansiedade neste momento é sentida de longe. Então, com luzes vermelhas e laranjas piscando de fundo a banda sobe ao palco e após uma breve introdução, Damiano começa “Dance, dance, dance, dance. Dance until I die” e Don’t Wanna Sleep inicia os trabalhos da noite.

Sem pausas, a banda emenda o single Gossip, música do álbum “Rush!” que conta com a participação de Tom Morello, e Zitti e Buoni, presente no segundo álbum da banda, “Teatro d’ira: Vol. I”.

Na primeira pausa da banda, Damiano arriscou um pouco de português e disse: “Obrigado, Brasil!” – e continuou perguntando: “Eaí São Paulo, como vocês estão?”. Após uma breve interação com o público, o vocalista explica que este é o último show antes de uma breve pausa, onde a banda irá retornar para descansar na Itália. No entanto, o descanso teria que esperar, pois naquele momento ainda havia muito pela frente, começando com HONEY (Are U Coming?).

Antes da próxima faixa, o frontman declara: “Este lugar está quente. Quente como o inferno. Sabem o que também é quente? Supermodels”. Não havia como, após este trocadilho, o Måneskin tocar outra música, foi a vez do hit Supermodel.

Coraline chega em um dueto com Damiano e Thomas, para dar uma acalmada nos ânimos e deixar o público descansar um pouco. A canção mais lenta fez os presentes balançarem seus braços no ar e cantar em um tom mais suave, dando para escutar perfeitamente o vocalista. Porém, a calmaria acaba em seguida, quando uma das músicas mais conhecidas performada pela banda teve início, então chega Beggin’ dando o ar da graça. Ao contrário do show anterior, neste o público está mais contido durante a faixa. Não se vê tanta gente pulando e curtindo o show, mas sim gravando todos os momentos para poder rever depois, e talvez sim, poder curtir sozinho em casa.

Apesar de pouca interação com o público desta vez, os presentes resolvem interagir sim com a banda e inicia um coro para a baixista “Victoria, gostosa” seguido por “Damiano, gostoso”, que agradece o elogio do público, aproveitando o ensejo para introduzir a próxima faixa The Driver, faixa inclusa na versão estendida de Rush! que será lançado no próximo dia 10.

Um dos pontos altos deste show é quando, após os fãs na grade aclamarem pela música Baby Said, o Måneskin cede aos desejos do público e toca metade da faixa. Atualmente, são poucos os artistas que saem fora de sua zona de conforto e resolvem encaixar algo diferente no meio do seu show, pelo simples fato que o público quer ouvir.

For Your Love segue o setlist, e para esta faixa todas as luzes da casa se apagam, restando somente Damiano com um refletor gigante no palco, mas o que realmente chama atenção é Gasoline. Com uma iluminação avermelhada, dá para chegar a conclusão que esta é realmente uma música que ganha sua força quando executada ao vivo.

Após uma breve pausa no show que leva em torno de 5 minutos, Damiano e Thomas aparecem em um palco entre a pista normal e premium, exatamente no centro do Espaço Unimed cantando Vent’anni e nesta o público dá seu nome. Durante toda a execução da faixa é possível ouvir os presentes cantando junto com o duo. O palco central também é aproveitado para o famoso cover que o Måneskin vem entregando em todos os shows da turnê. Não diferente do Rio de Janeiro, em São Paulo também é performada a música do Cazuza Exagerado”. O duo não está 100% sincronizado e Damiano até pede desculpas de antemão por não falar português, mas o que não dá para negar é que só do artista ter o esforço para com a cultura do país que eles estão se apresentando, deixa qualquer errinho de sincronia passar batido.

Seguindo o show, agora é a hora de Victoria e Ethan brilharem, executando um solo de bateria e baixo enquanto seus colegas de banda retornam ao palco principal.

I Wanna Be Your Slave é totalmente ao contrário de Beggin’. Se há uma faixa onde o público está 100% entregue durante a performance até aqui, é exatamente nesta. Damiano chega a pedir para o público se abaixar, pedido no qual nem todos acatam, mas na hora de pular, não se vê uma pessoa que não tira o pé do chão pelo menos uma vez.

Alguém aqui fala Italiano?” – Questiona Damiano: “Tudo bem não falarem, nesta faixa vocês só precisam saber uma palavra, “MAMMAMIA”. Dando continuidade com Lividi Sui Gomiti e In Nome Del Padre, onde Damiano faz questão de rebater as críticas que a banda recebe por terem letras em inglês ao invés da língua materna – “Tem muita gente que reclama porque não contamos em Italiano. Chupem meu pau, aqui uma em Italiano!”.

Com o início de Bla Bla Bla já sabíamos que o show estava chegando ao fim. O ponto alto desta faixa é Thomas e Damiano descendo do palco para ficar próximo ao público, pois é uma música morna que desacelerou a grandeza que a performance estava sendo levada juntamente com Kool Kids, que somente tem a atenção desejada por conta dos fãs que sobem ao palco.

A noite se torna espetacular novamente, Raggi enche o palco com seu solo perfeitamente executado. Falando em execução, cada integrante exerce seu papel na banda com maestria. Durante toda a performance percebe-se que os quatros membros da banda se completam perfeitamente ao vivo, sem necessidade de backing vocals, ou música pré gravada. Talvez seja este um dos motivos por que após o hype da banda no ano passado, eles seguem só crescendo cada vez mais.

A penúltima faixa fica por conta da balada The Loneliest, a famosa música onde o filho chora e a mãe não vê. E para finalizar a noite volta ela, a grandiosa I Wanna Be Your Slave em sua versão estendida. Muitas pessoas devem se questionar pela dobradinha da faixa, mas é só pensar em quantos shows vocês já foram e pensaram que a banda poderia tocar novamente alguma música. Pois o Måneskin entende perfeitamente este conceito e entrega com prazer o que seu público quer ouvir.

Em resumo, o show do Måneskin é bem fechadinho do início ao fim, trazendo hits, baladas, b-sides e covers. Também ficou muito claro que suas músicas ganham outra magia e peso quando performadas ao vivo e enquanto a galera que ama criticar a banda não se desvencilhar da imagem que a banda vende, nunca conseguirá entender que o Måneskin não é somente uma banda de hype, mas que eles são um dos grandes responsáveis por trazer o bom e velho rock ao mainstream novamente e sabem sim fazer ótimas músicas tendo somente quatro integrantes.

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